Como medir a sustentabilidade de uma edificação?

Não é uma tarefa fácil !! Quais as melhores escolhas? Para nos auxiliar nisto temos vários sistemas que orientam, medem e classificam o grau de sustentabilidade, cada um deles com seus métodos e exigências.

Vou fazer uma breve descrição  dos mais conhecidos:

O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. Criado pelo U.S. Green Building Council, é o selo de maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Além dos diferentes tipos e necessidades, a certificação também tem diferentes níveis de acordo com o desempenho do empreendimento como Silver, Gold e Platinum.

O sistema BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), criado em 1990 na Inglaterra, foi o primeiro a oferecer um selo ambiental para edifícios. Várias outras metodologias surgiram depois para diferentes países, porém a maioria delas baseia-se BREEAM. 

Os principais diferenciais do BREEAM em relação às demais metodologias são:
- o rigor e profundidade de seus critérios, constantemente atualizados devido a sua estreita relação com pesquisas acadêmicas e análise laboratorial do ciclo de vida de materiais e sistemas;
- a sua adaptabilidade para ser aplicada em diferentes culturas, por utilizar-se de calibragens regionais para refletir questões de diferenças ambientais que afetam outras partes do planeta.

O High Quality Environmental standard HQE , originalmente conhecido como Haute Qualité Environnementale, por ter sido criado na França, é um certificado para construções sustentáveis. É baseado nos princípios de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92). A certificação é controlada pela Association pour la Haute Qualité Environnementale, com sede em Paris.

Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) é o primeiro referencial técnico brasileiro para construções sustentáveis.

O AQUA é a adaptação para o Brasil da HQE (Démarche HQE), da França e contém os requisitos para o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e os critérios de desempenho nas categorias da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE).
O Processo foi desenvolvido pelos professores da Escola Politécnica da USP e pela Fundação Vanzolini, e a sua certificação é realizada 100% no Brasil, por meio de auditorias presenciais com auditores capacitados na avaliação do desempenho das construções sustentáveis e experientes na realidade brasileira.

O  Living Building Challenge é uma filosofia, e um programa de certificação que promove a mais avançada avaliação da sustentabilidade das construções. Ela pode ser aplicada em todas as escalas, de prédios novos ou reformados, a infraestrutura, jardins e bairros.

O sistema  engloba sete áreas de performance, terreno, água, materiais, equity e beleza. E pode ser subdividido em mais vinte, cada um focado emu ma esfera específica de influência.

É um sistema muito mais intolerante, não podemos escolher que créditos iremos attender, temos que attender todos.

Como ja ouvi de um colega, o Living Building Challenge parece um LEED com esteróides.

Estes sistemas são muito importantes pois nos dão as diretrizes, orientações, nos mostram a cada ponto conquistado, que fizemos um bom trabalho.

Mas, para fazer um projeto sustentável, devemos, acima de tudo seguir nosso bom senso, não é necessário classificar e certificar,  isto seria apenas a cereja do bolo, o mais importante de tudo, é tomar a atitude correta.

Premio Planeta Casa

Ontem dia 03 de outubro de 2012, foi a noite de premiação do Planeta Casa. Foram contemplados os melhores projetos, profissionais e empresas que tiveram trabalhos  de destaque com foco em sustentabilidade.

Fui contemplada com a Menção Honrosa na categoria Design de Interiores.

Me senti realmente honrada. Foi um reconhecimento de um trabalho muito intenso. Uma proposta realmente diferente. Um projeto que une sofisticação com sustentabilidade. Mostrando que é possível sim, em qualquer tipo de projeto, agir de uma forma que cause menos impacto ambiental. Da um pouco mais de trabalho, mas é muito importante seguir por este caminho.

Fiquei muito feliz e emocionada, pensei que nem iria conseguir falar nada quando subi ao palco para receber o premio.

O arquiteto homenageado da noite foi Rui Ohtake, pelo seu trabalho desenvolvido com a comunidade de Heliópolis, e fiquei ainda mais encantanda com a simpatia dele quando tivemos oportunidade de conversar.  Realmente homenagem merecida.

GreenBuilding Brasil Conferência Internacional e Expo

Participei esta semana, da GreenBuilding Brasil Conferência Internacional e Expo, evento sobre sustentabilidade na arquitetura e construção, que aconteceu de 11 a 13 de setembro em São Paulo. O evento está se tornando maior a cada ano, mostrando que a cada dia,  mais profissionais e empresas  investem no tema, sejam por motivos econômicos, idealismo, consciência ou mesmo curiosidade. O importante é que o movimento está crescendo e os conceitos e atitudes sustentáveis vão se tornando mais familiares  e sendo incorporados aos poucos na vida de todos.

No dia 11, aconteceu a conferência internacional, com palestras sobre diversos assuntos. Alguns destaques deste dia seriam as apresentações :

1-Politicas de incentivo à Construção Sustentável – Qualiverde
apresentada po Sérgio Dias, Secretário Municipal de Urbanismo PCRJ e Pedro Rolim, Arquiteto, Secretaria Municipal de Urbanismo PCRJ

Esta palestra tratou sobre um novo sistema de aprovação de projetos da cidade do Rio de Janeiro incentivando a sustentabilidade, seja pela aprovação mais rápida ou por vantagens financeiras, seja por redução do ISS ou do ITBI ou IPTU, maiores ou menores a depender da classificação obtida pelos ítens atendidos. Achei um projeto interessantíssimo e que deveria ser adaptado para as demais cidades do nosso país.

2-Novo LEED v.4 – Entenda Quais Serão as Principais Mudanças Desta Versão e Como Anteceder-se as Novas Exigências do Mercado
apresentada por Scot Horst, Senior Vice President for LEED, USGBC (EUA)

3-As apresentações dos arquitetos Chad Oppenheim, da Oppenheim Architecture + Design (EUA) e Michael Wurzel, Sócio, Foster & Partners (Reino Unido), ambos apresentando algumas soluções de sustentabilidade em seus projetos. A arquitetura do Chad impressiona pelos traços leves e integração com a natureza.

No dia 12, assisti a sessão técnica sobre Arquitetura Sustentável

Neste dia destacaram-se:

1-Living Building Challenge – Sistema de Certificação de Edifícios Regenerativos
apresentada por Arthur Brito, Diretor Executivo, Kahn do Brasi

Muito interessante este novo sistema de certificação, que tem no nome a palavra Challenge (desafio em inglês) pois realmente representa um desafio muito maior do que os outros sistemas,  sendo muito mais difícil de atender as suas exigências, que são mais severas , mas que, do ponto de vista do Planeta, faz muito mais sentido. Por que escolher que créditos vamos atender, se devemos ser comprometidos com todos. Ele visa diminuir a distância entre os limites atuais e as soluções ideais. E nos faz perguntar se cada atitude que tomamos durante o projeto ou construção faz do mundo um lugar melhor.

2-Design para Abundância – Design Ecológico Aplicado ao Manejo de Água no Ambiente Construído
apresentada por Guilherme Castagna,Sócio-Diretor, Fluxus Design Ecológico

Palestra brilhante, nos mostrou os desafios que temos ao lidar com um assunto extremamente vital como a água e nos mostrou alguns caminhos possíveis a seguir. O que mais impressionou foi a paixão do Guilherme pelo seu trabalho.

No dia 13 assisti a sessão técnica sobre materiais e tecnologia

Realmente sobre este assunto não foi apresentada nenhuma grande novidade, falou-se um pouco sobre os telhados verdes, muito sobre telhados brancos, um pouco sobre cortiça , películas de vidro e alguma coisa sobre eficiência energética.

Para as novidades sobre este tema  vamos aguardas a Greenbuild 2012 em São Francisco-EUA de 14 a 16 de novembro, pretendo ir, e conto tudo.

Planeta Casa

O projeto Adega da Casa Cor 2012, já contemplado com Prêmio de espaço mais sustentável da mostra este ano, foi classificada como finalista do Prêmio Planeta Casa na categoria Design de Interiores.

Em sua 11º edição, o Prêmio Planeta Casa conta com seis categorias: Ação Social, Produtos de Decoração, Materiais de Construção, Projeto Arquitetônico, Design de Interiores e Empreendimentos Imobiliários. Puderam concorrer empresas, organizações não governamentais (ONGs), arquitetos, engenheiros, designers de produtos, designers de interiores, construtoras e incorporadoras.

Destacam-se entre os ítens de sustentabilidade do projeto,Iluminação em LED, que proporcionou uma economia energética de 75% em comparação a iluminação convencional, uso de materiais rapidamente renováveis como o bambu prensado do piso , e a lã do tapete, uso de materiais reaproveitados como madeira de demolição, peças com componentes reciclados como a mesa Água do designer Domingos Tótora, gerenciamento e destinação correta dos resíduos sólidos da obra, uso de papel reciclado para todo material de divulgação, uso de equipamentos com selo Procel, dentre outras atitudes.

O espaço de 80m2 foi dividido em 3 ambientes, a parte central seria a área de armazenamento e degustação de vinhos, com adegas de última geração em aço inox e iluminação de LED, que comportam mais de 600 vinhos,  uma bancada champanheira iluminada em mármore Carrara, e uma mesa de madeira de 3,5 metros de comprimento.Ao lado direito foi criada uma área de estar com home theater, e ao lado esquerdo uma área de jogos.

A atmosfera da adega seria um ambiente ao mesmo tempo sofisticado e descontraído, com materiais e tons neutros, que proporcionam um conforto visual , o tom festivo fica por conta do vermelho do lustre de murano e das cadeiras também vermelhas, em alusão ao costureiro Valentino ( a moda foi o tema da Casa Cor 2012) e os toques coloridos e divertidos ficam por conta das gravuras e fotos, dispostas ao longo de todo o espaço, nos nichos iluminados, dando unidade aos três ambientes .